quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Aniversário

- Não acho a Angelina Jolie essa bola toda. (falando)

- Nem eu... quem sempre achei bonita foi a Juliane Moore. (concordando)

- Juliane Moore? (estranhando)

- É, passou um filme com ela no SBT, Assassinos. Ela tava ainda se consolidando. Aparece sem maquiagem em uma cena e é muito bonita. (justificando)

- Sabe quem pra mim é espetacular mesmo? A Scarlett Johansson! (revelando)

- Muito! (concordando em todas as categorias possíveis da Língua Portuguesa)

- Não, ela é linda demais, mas não é só isso. Você vê ela falando e nota consistência no que ela fala... eu daria pra Scarlett Johansson! Você não daria? (justificando- perguntando-provocando)

- Que? (querendo confirmar)

- Eu daria pra ela. (confirmando)

- Aaah, porque não tenho um gravador agora?!! (levando mãos à cabeça)

- Que foi? (terceira pessoa, adentrando)

- Não ouviu o que ela disse? Repete aí! (suplicando)

- Não, isso só dá pra dizer uma vez... (rindo)

- Pô... (suspirando)

- Diz logo o que ela falou! (terceira pessoa, reclamando)

- Ela disse que daria pra Scarlett Johansson! (gesticulando empolgado)

- E tu não daria? (desafiando)

- Claro, mas esse 'dar' é diferente pra cada um de nós. Anatomicamente falando, tá mais pra encaixar... (sussurando a última parte)

- Que? (não ouvindo)

- Quem quer bolo? (quarta pessoa, encerrando o papo e a imaginação).


terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O norte é para...

Este texto serve como complemento ao anterior, pois fala de uma adaptação de um livro (1) que tem uma história de fantasia (2) e promete ser o início de uma trilogia (3).

Talvez fique só na promessa mesmo. A Bússola de Ouro não está indo muito bem nas bilheterias. Ainda sobrevive. E ainda contou com o apoio dos protestos vindos da ala conservadora da igreja católica, a mesma que foi contra a veiculação de Paixão de Cristo, O Codigo da Vinci, Harry Potter e outros. Todos sucessos de bilheteria.

Mas não é à toa que os lucros não estão muito animadores. O filme é confuso, nada difícil, mas com cenas que trazem a sensação de força-que-encaixa. Nenhuma cena empolgante. A história é boa, principalmente com a figura do Pó e dos Dimons. Os ursos polares, que de alguma forma sempre imaginei uma representação de força bruta, são interessantes. A tal da bússola (que quase não recebe esse nome no filme, é mais chamada de aletiômetro ou ateliômetro, não lembro direito) dá idéias pra crônicas de RPG. Gostei da protagonista não ser uma daquelas meninas de porcelana, olhos claros, jeito de futura modelo. É uma criança de visual sem grandes destaques.

O filme não aproveita personagens importantes como o do Daniel Craig (o James Bond do último filme do 007, que parece que vai dar uma porrada a qualquer momento sempre que surge em cena) e da Eva Green (a bondgirl do último filme do 007, com um olhar mais malicioso que todas as aparições da Nicole Kidman) e o urso Iorek (dublado pelo Sir Ian MacKellen, que não tem nada a ver com o último filme do 007). Tem momentos que desafiam a boa vontade (quem achou estranho o Nathan escutar o murmúrio de Claire ainda a uns 30 metros de altura no último capítulo de Heroes precisa ver esse filme. Pelo menos na série tava silêncio) e um final que subestima a inteligência e superestima a expectativa de quem tiver mais de 10 anos. Se vier a continuação, vou ver. Se não vier, não faz falta.

Lá e de volta outra vez

Geralmente a saga de um herói segue um padrão. Resumindo muito, começa com o seu chamado à aventura, prossegue pela sua jornada (onde passa por testes/traumas e eleva sua força) e seu confronto final (onde alcança seus objetivos, sua redenção, etc). Talvez essa seja o suporte de uma trilogia clássica. Evidentemente, isso não quer dizer nada em Hollywood e sua crescente mania de trilogias. O negócio mesmo é falta de idéias originais. Stallone faz certo e aproveita pra ressurgir com Rocky e Rambo.

Durante a década de 90, seqüências de um filme eram um mau sinal. Por mais que os capítulos seguintes fossem bons (O Poderoso Chefão, Indiana Jones, Máquina Mortífera, De volta para o Futuro), dificilmente ficavam a altura da primeira parte. Fora que existem exemplos e mais exemplos de seqüências de grandes filmes que desanimam como Highlander 2, Robocop 3 e a penitência de Batman & Robin. Porém, chegou o primeiro dia do ano de 2002, dia da estréia de O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel. Depois vieram as continuações. E a história passou a ser outra...

O ano de 2007 foi marcado por seqüências de filmes, principalmente trilogias. Teve Homem-Aranha 3 (atestado de "fiquei puto" do Sam Raimi), Shrek 3 (ainda faz rir, mas pouco), Piratas do Caribe 3 - No Fim do Mundo (muito bom, eles deram muita atenção à história!), Treze Homens e um Novo Segredo (acho que foi só pra encerrar com bom humor e deu certo), Resident Evil 3 (hahaha... triste) e O Ultimato Bourne (demais! o melhor da trilogia). Ainda teve a segunda parte da família Marvel com O Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (um amigo me disse que era no nível de motoqueiro Fantasma, nem quis gastar o ingresso), o quarto capítulo de uma série de ação: Duro de Matar 4.0 (e não é que é bem legal de se ver?) e de uma série de terror: Jogos Mortais 4 (só teve uma morte que eu murmurei 'Car@/#o", o resto é mais do mesmo, cada vez mais sem graça).

Nesse ano temos Dark Knight, Bond 22, Hellboy 2, Kungfusão 2, a segunda parte de Crônicas de Nárnia, a terceira parte de A Múmia, a quarta parte de Indiana Jones...

Por que tanta seqüência? Como disse, falta de idéias originais. Investem numa história já existente. Adaptações de livros, games e, principalmente, quadrinhos. Retomam filmes clássicos. Até Curtindo a Vida Adoidado vai ter sequëncia! Sinceramente, isso não é uma moda, é uma permanência. Um estratégia pra se fazer filmes de sucesso pra melhorar a situação do cinema no mundo e, claro, dar lucros. Ainda é um mundo capitalista.

Por que não?

Jogando Guitar Hero 3, foi legal reconhecer um número até considerável de músicas perto do fim: Pride and Joy, Sabotage, The Seeker, Paranoid... até a Tenacious D, banda do School of Rock Jack Back, deu as caras. One e Before I Forget todo mundo já ouviu alguma vez. Mas ontem me veio a pergunta: se é pra tocar guitarra, então é natural buscar músicas dos grandes guitarristas da história. Reconheço que a principal safra de solos delirantes da música está no heavy metal e suas vertentes (por isso vem Metallica, Judas Priest, Black Sabbath, Alice Cooper, Guns, Megadeth, etc). Mas o rock veio do blues, tocado nos bares e guetos pelo negros nos EUA no final da década de 20. Stevie Ray Vaughan é um expoente do blues que aparece em GH 3, Allman Brothers figura em GH 2.

Portanto, se é natural buscar músicas de rock e alguns nomes do blues, além de trazer composições de guitarristas ícones da humanidade, então por que não colocaram o Led Zeppelin??? Perguntaria também sobre o Jimi Hendrix, mas deixa pra lá. Mas o Led Zeppelin merecia estar no repertório porque: 1) Tá sempre entre as 3 maiores bandas de todos os tempos de qualquer lista, ao lado do Pink Floyd e dos Beatles; 2) consegue unir rock e blues em suas músicas e leva um estádio ao delírio com isso (vide apresentação de 'Whole Lotta Love' e o ápice de 'Dazed and Confused'); 3) Jimmy Page é considerado um gênio da guitarra, ao lado de Jimi Hendrix (viu a falta?) Eric Clapton, B.B King e outros e 4) o Led tem músicas agitadas e curtas, não precisa ter solo de 3 minutos, bastava apenas uma pra constar como 'Black Dog', 'Comunnication Breakdown' ou 'Rock n' roll'.

Enfim, ficou claro que gosto muito de Led Zeppelin e a reclamação da ausência de uma música deles tem fatores pessoais (e como não deveria ter?). Mas, pelos motivos acima listados, acho que deveria ter uma música deles. Eles colocaram Nightwish Lacuna Coil! Por que não o Led?


Correção feita algumas horas depois do trabalho: primeiro é que é Lacuna Coil, não Nightwish, que aparece em GH 3. Lacuna é melhor, mas o sentido permanece. A segunda correção é que lembrei que o Led não disponibiliza a utilização de suas músicas em outras mídias. A exceção é no filme School of Rock, depois de um apelo muito comovido e engraçado do Jack. Desculpem os erros, isso é que dá digitar na pressa do trabalho.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Os três samurais que leio (parte dois de três)


Vagabond (バガボンド, Bagabondo) é um mangá japonês criado por Takehiko Inoue, baseado no livro "Musashi", de Eiji Yoshikawa, que conta a história do samurai Miyamoto Musashi (宮本武蔵, Miyamoto Musashi 1584–1645).

Musashi foi um ronin que sempre buscou o aperfeiçoamento da sua habilidade com a espada e o aperfeiçoamento espiritual, muito da parte espiritual devido a forte “persuasão” exercida pelo monge “cool” Takuan — “Se você olhar apenas a folha, não enxergará a árvore. Se olhar apenas a árvore, não enxergará a floresta...” —.

Sua vida (até então, visto que o mangá não terminou) sempre foi marcada por traumas e lutas violentas e mortais. Rejeitado por sua mãe, odiado pelo pai. Takezo, seu nome antes de se tornar Myamoto Musashi, precisava lutar todos os dias e de forma literal para viver sob o mesmo teto que Shinmen Munisai, seu pai.

Do mangá para a vida real, a relação de pai e filho é diferente. No mangá, após pai e filho serem abandonados pela esposa e mãe, a relação entre os dois passa a ser insuportável. Os momentos em que eles ficaram a um fio de distância de se matarem foram inúmeros. Já na vida real é sabido que Musashi buscou vingança sobre todos aqueles que pertenciam à família cujo membro matou seu pai, o clã Yoshioka. Diferente do manga, Musashi viveu a sua infância em um orfanato e seguindo o seguinte pensamento: “não viverás sob o mesmo céu com inimigos de teus pais”, cresceu e se tornou “o santo samurai”, alcançando fama por todo o Japão. No mangá quando vemos o protagonista em sua fase adulta, mesmo depois de abandonar seu antigo nome e tornar-se um ronin, Munisai ainda era o maior rival de Musashi. Munisai ganhou o título de “o invencível”, título este que o filho perseguia. Mas diferente de seu pai, ele percebeu que ser o mais forte não era o todo e sim parte dele.

“Se você olhar apenas a folha, não enxergará a árvore. Se olhar apenas a árvore, não enxergará a floresta...”

Vagabond vai além de duelos mortais. Sua linguagem visual é forte no sentido que te joga em um mundo de sonhos e ao mesmo tempo palpável, carregado de significados implícitos e lirismo. Mas ao mesmo tempo é suave no sentido de que muito de que se entende da leitura vem de interpretações pessoais sobre as “dicas” que são dadas ao longo da história sobre a personalidade e o contexto onde cada personagem está encaixado.

Musashi tinha quase dois metros de altura, era desleixado, criou um estilo de luta e viveu até os 61 anos (sendo que atingiu a maior parte dos seus objetivos aos 30). Mais do que um simples samurai, Musashi cultivava a arte em seu espírito e a expressava em forma de trabalhos artesanais, livros, poemas, figuras etc. Seu nome é conhecido até os dias de hoje e sua doutrina é seguida por muitos.

Acho que acabei analisando além do mangá! Mas quem se importa!? xD

o/

Perdendo a noção



David Fincher sabe lidar com personagens perturbados. A conclusão é simples demais, mas é a primeira coisa que vem à mente quando se vê os seus filmes. Diretor de clipes e propagandas, não se deu muito bem no seu primeiro passo em Hollywood, dirigindo Aliens 3. Por mais desagrado que cause (e causou, inclusive nas bilheterias), não dá pra deixar de gostar em ver a iniciativa de tentar pôr um fim à história espacial, de maneira bem sombria, como o espírito da série. Se Aliens 3 não foi bem, a redenção veio 3 anos depois, em 1995. Se7en dispensa comentários agora, é uma referência no gênero policial e vai ser citado em outro texto.

Em 1997 dirigiu
Vidas em Jogo e, dois anos depois, fez o Clube da Luta, filme polêmico, divertido, violento, com um pé na anarquia e no surrealismo. Em 2001 dirigiu Quarto do Pânico (que passou na última quinta-feira na TV), que mostra os personagens menos "desequilibrados" de seus filmes. Ainda há homícidios, espancamento, destruição, perseguição, mas não ultrapassa o limite da 'indignação com a violência humana', por assim dizer. 6 anos depois, entrega Zodíaco, mostrando como as ações do serial killer auto-denominado Zodíaco influenciam a vida de um repórter, um policial e um cartunista. Ao contrário de Se7en, Zodíaco não explica os motivos do assassino e não utiliza um visual cruel e fantástico. O filme, baseado em fatos reais, acompanha a repercussão do Zodíaco e a investigação que realizam para descobrir sua identidade (que nunca foi revelada). Quase não há cenas que prendem a respiração. O que vale é ver como a investigação vira obsessão, quase uma questão de honra. Excelente filme.

Para sentir um suspense propriamente dito, aquela expectativa de perigo, o melhor de Fincher é
Vidas em Jogo (no original The Game, o único filme de Fincher que não ganhou uma tradução literal no Brasil). Sim, a seqüência final de Se7en é tensa e nervosa demais e ainda é o melhor filme do diretor. Mas pra segurar o fôlego é mais eficiente acompanhar o milionário Nicholas Van Orton, banqueiro frio e metódico, ingressar em um jogo que "entrega o que estiver faltando" ao cliente e as conseqüências cada vez mais surreias da partida. Ver o protagonista dizer a si mesmo "é um jogo, é um jogo", lutando pra fazer o seu raciocínio prevalecer sobre o desespero, é a melhor ilustração do clima do filme.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

tiros e gritos portatéis

Já que lyra-sama comentou...


"A massa branca vai ganhando contornos a medida que corremos, mas ainda é dificil identificar algo. Aquilo pode ser um moinho velho sendo movimentado pela tempestade, ou talvez algo bem mais letal. *** Nossos passos agora são cautelosos. Somos cinco, eles confiam em mim. Diante de nós os contornos de telhados cobertos de neve, caminhões destroçados, e buracos de explosões vão começando a ser tornarem referencial em nosso campo de visão. A tempestade piora. Tem alguma coisa lá ao fundo. Parece maior que um caminhão de suprimentos, podemos estar com grandes problemas, vamos avançar. Droga! Um maldito grupo de reconhecimento! Agora estamos sob fogo pesado, a frente e direita. Vou começar com granada e tentar tomar a posição da direita que tem uma linha de fogo mais indireta. Se aquela coisa lá na frente for um panzer e começar a se mover antes de nós, acabou!"
***

Esse é o clima em "medal of honor - heroes" um e dois (ambos pra psp). No primeiro somos convidados a calçar os sapatos de vários hérois da série. Alguns extreantes, outros velhos conhecidos como o tenente patterson (lembram? A fase do desembarque na normandia, ainda na euforia de resgate de soldado ryan?). O jogo possui um quadro de sistemas de missões por paises, são eles: itália, holanda e por fim bélgica, em cada pais controlamos um "héroi" diferente. Os desafios são bem animadores e as missões bastante diversificadas. O que fica devendo é a estrutura do psp, que se utilizado por muito tempo causa muitas dores nas mãos (mas isso é um problema do psp e não do jogo, mas não deixa de ser um contra em longas horas de jogo), mas desde jogabilidade até mesmo a história como um todo é muito interessante, inclusive com missões extras que incremetam a trama. O sistema multiplayer também promete bastante.

Mas as grandes mudanças de sistema de jogo estão guardadas para a seqüência do título. Os gráficos poderiam melhorar mais, a "AI" dos soldados inimigos decepciona um pouco (é muito semelhante a do primeiro). Todavia a dificuldade é aumentada e a tensão é repassada do jeito correto! A primeira inovação foi retirar os famigerados "lifes". Você ainda é capaz de se recuperar de ferimentos, mas pra isso, precisa ficar um tempinho parado e esperar que seu corpo haja (da situação mais critica à normalidade algo em torno de 15 segundos). A medida que você vai sendo alvejado por tiros, estilhaços de granadas, pratos, pias e o que mais eles conseguirem jogar me você sua visão vai se tornando avermelhada na borda, primeiramente tênue, mas a medida que passa, um vermelho forte que faz você perder a visão periférica e ainda torna seu campo de visão extremamente limitado. A munição não é tão farta assim e os objetivos secundários (se você desejar conseguir a medalha de ouro por missão eles são importantes) tem que ser descobertos a medida que você avança (é isso mesmo, pode dar adeus aquele pontinho no radar), por isso tem que prestar atenção no briefing de cada missão e procurar.

A morte está a espreita em qualuqer canto. Uma única grande missão dividida em etapas deixa você colado na telinha do psp até o final! Vale muito a pena as dores na mão!